Projeto do núcleo Passo Livre em duas etapas contempladas pelo Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo. A primeira propôs a programação de maio a outubro de 2010 para o Espaço Cariris, com espetáculos do repertório do grupo, a realização de dois Camelódromos Culturais e do primeiro FestiVaia. A segunda, para 2011/2012 prevê a montagem do espetáculo O Inferno de Wall Street, além da realização de mais um Camelódromo Cultural e do segundo FestiVaia.
domingo, 3 de junho de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
O Inferno de Wall Street em temporada de 18 de maio a 10 de junho no Espaço Caririss
Dia 18 de maio estréia o mais novo trabalho do Passo Livre, O Inferno de Wall Street, livremente inspirado no episódio homônimo pertencente à da epopéia O Guesa do poeta maranhense Sousândrade. O espetáculo permanece em temporada até dia 10 de junho, às sextas (21 horas) , sábados (19 e 21 horas) e domingos (19 horas).
O Passo Livre é um núcleo de dança contemporânea paulistano que desenvolve sua pesquisa na interface da dança com a filosofia, a poesia, a canção, a tela. O atual projeto lança-se numa empreitada arrojada ao escolher um dos poemas mais radicais e pouco conhecidos da literatura brasileira como inspiração, alimento, motor de seu processo de criação artística. O projeto foi contemplado na 10a. edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo.
O que nos fascina ao partir do texto para uma prática artística, de investigação e de difusão, é o conjunto de possibilidades que a ambição do autor instiga, que abrange uma experimentação sem trégua da linguagem, ligada à reflexão sobre a vida cotidiana tanto no aspecto pessoal, como no social, histórico e político.
Inferno de Wall Street é o nome dado pelos poetas Augusto de Campos e Haroldo de Campos ao episódio. Fala do sacrifício de um personagem mítico inca na Bolsa de Valores de Nova Iorque, por ocasião da visita de Dom Pedro II como convidado à Grande Exposição da Filadélfia em 1876. Tão extraordinário quanto o tema é a sua forma, uma construção onde os recursos da colagem, da montagem, da hibridização de gêneros são usados pelo autor em pleno século XIX.
Não se espere encontrar no espetáculo um sacrifício ritual, ou uma representação passo a passo do tema. Assim como em muitos quadros cubistas ou surrealistas este já se fragmenta no poema até quase desaparecer. Do mesmo modo se transforma em sua abordagem pela dança. As diretoras, Eliana Cavalcante e Sofia Cavalcante, conceberam uma instalação em um ready made - formado pelas arquibancadas do Espaço Cariris, dispostas em forma de pirâmide que define e limita a movimentação dos bailarinos. Algumas estrofes do Inferno lidas pelo poeta Augusto de Campos integram a trilha sonora de autoria de Cid Campos.
Numa das salas do Espaço Cariris haverá uma instalação acústica para o HelioTape com o poeta Haroldo de Campos numa conversa com Hélio Oiticica sobre O Inferno de Wall Street na Quinta Avenida diante do número 666, ao qual Sousândrade no poema se refere como o templo de Kun.
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